Sérgio Conceição merecia muito mais – e provou isso em Itália
Chegou ao Milan, venceu a Supertaça, mudou a mentalidade da equipa… e saiu pela porta pequena. Sérgio Conceição fez em meses o que muitos não fazem em anos: trouxe exigência, competitividade e resultados. Mas nem isso bastou.
A verdade é esta: não lhe deram tempo. Nem estrutura. Nem convicção. E isso diz mais sobre o clube do que sobre ele.
Em pouco tempo, eliminou a Juventus, bateu o Inter duas vezes e levou o Milan à final da Taça. Fez muito com pouco. Como já tinha feito no FC Porto, onde ganhou títulos e lançou craques como Vitinha, Diogo Costa ou Fábio Vieira, mesmo com um orçamento bem abaixo dos rivais.
Sérgio não é de meias medidas. É frontal, vive o jogo com alma, exige tudo de todos – e de si próprio. Não agrada a todos? Ainda bem. É o perfil raro que transforma equipas. Que impõe respeito. Que deixa marca.
Sacchi, Mourinho, Pepe… todos o disseram. Ele tinha tudo para vingar no Milan. Só precisava que acreditassem nele.
Não o fizeram. Perderam mais do que um treinador – perderam um líder.
E quem conhece Sérgio, sabe: ele vai voltar. Com a mesma paixão, a mesma força, e com ainda mais sede de vencer. Porque o futebol, mais tarde ou mais cedo, reconhece quem o vive de verdade.